A BANDEIRA DA IGREJA REFORMADA

Pastor Elizeu Eduardo

“Pela graça sois salvos mediante a fé  e isto não vem de vós, não vem das obras para que ninguém se glorie”

[Ef. 2.8,9]

Um cristão reformado tem que saber disto:

Em 1517 algo inédito iria acontecer na historia do mundo e da religiosidade do mundo.  Martinho Lutero resolve levantar-se contra o maior poder reinante até então depois de Cristo, a saber: a Igreja Romana. Ele vai reformar a fé do povo na verdadeira verdade. Neste momento a Igreja Católica Romana estava muito rica e poderosa e afastando-se da pureza bíblica do evangelho do amor, perdão e salvação graciosa ensinado por Jesus Cristo o verdadeiro fundador da Igreja.  Eram momentos cinzentos da historia e o povo já não suportava mais a exploração tanto do poder temporal, como do atemporal. Ao final da Idade Media já outros vários movimentos se levantaram contra as falcatruas e abusos papais, só para citar alguns: Os Albigensianos no sul da França no final do século XII defendiam o Novo Testamento como o único padrão de autoridade o Papa Inocêncio III lançou uma cruzada contra eles em 1204. Os Waldensianos - século XI por Pedro Waldo. Pregadores viajantes conhecidos como os Homens Pobres de Lyons enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia. Traduziram o Novo Testamento para a língua comum do povo, rejeitaram as doutrinas católicas do sacerdócio e purgatório, e defenderam à volta às Escrituras como a única autoridade na religião. Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384), um professor  de Oxford, durante o Papado de Avinhão, ele argumentou que todo o domínio legítimo vem de Deus e é caracterizado pela autoridade exercida por Cristo na terra – não de ser servido mas sim, de servir. No fim, Wiclif foi condenado por heresia, mas sua influência continuou com  João Hus (1369-1415), um pregador e estudioso boêmio. Influenciado pelos escritos de Wiclif, Hus argumentou que a verdadeira igreja não era a instituição como definida pelo catolicismo, mas o corpo dos eleitos sob a liderança de Cristo. Ele insistiu que a Bíblia é a autoridade final pela qual o papa e qualquer cristão será julgado. Hus foi queimado por heresia em 1415. Os abusos cada vez mais cresciam e chegaram aos sacerdotes que eram acusados de vários delitos um deles a simonia [usar a própria riqueza ou influencia para comprar um cargo ou posição eclesiástica] – Todavia o que mais irritou os religiosos verdadeiros da época foi à indulgência. Tratava-se de um documento que a pessoa podia comprar, por certa quantia de dinheiro, que a livraria da punição temporal do pecado. Acreditava-se que os méritos excedentes de Cristo e dos santos seriam guardados numa “tesouraria de mérito” celestial da qual o papa podia tirar méritos para o benefício dos vivos. Em 1517 o dominicano Johann Tetzel vendia ao pobre povo, indulgência plena especial que prometia o perdão completo dos pecados, para conseguir dinheiro para a “igreja.” Metade do dinheiro seria dada ao Arcebispo Alberto, a quem o papa havia dado uma dispensa especial para ocupar dois cargos outro abuso denominado na época de pluralismo. O resto ajudaria a financiar o término do catedral de São Pedro em Roma. O protesto de Lutero inicialmente era contra o que via como o abuso do sistema de indulgências. Também era um desafio à autoridade papal que tornava tais abusos possíveis. Lutero passou a ler a Bíblia e ver nela a verdade e assim rejeitou toda falcatrua do papado corrupto que enganava e explorava o laicato. De 1513 até 1519 Lutero discursou sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg e cada vez mais convencia os ilustres da época de que  somente a Palavra de Deus seria regra verdade de fé e pratica. Lutero havia resgatado a verdadeira essência do cristianismo nos seus ensinamentos de que a salvação é pela graça através da fé em Cristo (sola fide), jogando por terra um sistema de obras como manifestado no sistema sacramental católico. Ele desafiou o conceito católico do sacerdócio com a declaração de que o Novo Testamento ensinava o sacerdócio de crentes como ensinou Pedro na Palavra ignorada pelos romanos: “Vós sois sacerdócio real” I Pedro 2.9

Neste mesmo período, Úrico Zwinglio na Suíça será a voz reformadora. Apenas 50 dias mais novo de que Lutero, mas com algumas idéias diferentes do reformador alemão. Naceu na Suíça em 1484 e era procedente de família nobre, bem estudado e ordenado padre em 1506 mais por interesse político que religioso de fato. Como Deus tem seus planos em 1520 Zwinglio passa perda triste perda de seu irmão querido e neste momento surge em sua vida uma profunda experiência com Deus que de fato o ordena para pregação somente da Palavra de Deus. Foi proibido pelo papa Adriano VI de pregar ao tornar-se em 1525 oficialmente protestante. Os católicos fazem guerra cruenta aos protestantes e Zwinglio, homem de gênio forte, entra na batalha para defender os seus e é morto pelos católicos em 11 de outubro de 1531. Morreu um soldado, mas não morreu a verdade por ele defendida, suas idéias serão levandas avante por Guilherme Farel e João Calvino .Somando a mesma idéia de livrar o povo da opressão católica surge na França o reformador Calvino que  nasceu em Noyon,. Seu pai foi advogado da Igreja Católica. Calvino foi educado em Paris, Ao contrário de vários líderes da Reforma, Calvino provavelmente nunca foi ordenado padre .Aproximadamente em 1533 Calvino  converteu-se ao Senhor Jesus Cristo e se declarou protestante. Em 1534, deixou a França e estabeleceu-se em Basiléia, na Suíça. Lá conheceu Guilherme Farel da província de Definado na França. Pregador valente e ousado de família aristocrata, mas ele mesmo era tosco e rude. Em 1526 Farel iniciou o seu trabalho de pregação na Suíça de fala francesa. Ligou-se aos seguidores de Zwínglio. Conseguiu implantar o protestantismo em vários cantões (estados) suíços. E em 1532 entrou em Genebra pela primeira vez. Sua pregação causou tumulto na cidade. Teve que se retirar... Mas voltou logo depois. E no dia 21 de maio de 1536, a Assembléia Geral declarou a cidade oficialmente protestante e para isto precisava de uma mente mais intelectual, onde vai se recorrer a Calvino.

Calvino defende que os homens só eram salvos pela graça de Deus e, além disso, apenas os chamados eleitos seriam salvos. No entanto, não se sabia quais eram os eleitos. Calvino aprofundou a idéia de que o cristianismo se destinava a reformar toda a sociedade. Para promover essa reforma, Calvino falou e escreveu sobre política, problemas sociais e relações internacionais como sendo parte da responsabilidade cristã e sem duvida nenhum outro reformador fez tanto para levar as pessoas a pensar sobre a ética social e cristã. A partir dessa preocupação ética, social e espiritualidade integral, Calvino desenvolveu a Igreja que atualmente é chamada de presbiteriana. Calvino organizou o governo da Igreja de forma diferente do governo civil, de maneira que um corpo organizado de homens da Igreja pudesse trabalhar visando à reforma social. Foi o primeiro líder protestante da Europa a conseguir independência parcial da Igreja em relação ao Estado. Suas idéias difundiram-se com rapidez: a organização da Igreja no sistema de governo exercida pelo conselho de anciãos foram levadas para Gênova na Itália por Teodoro de Beza e alcançaram também a França, Holanda e Inglaterra,onde o calvinismo se chamou puritanismo; e na Escócia   onde as idéias calvinistas foram introduzidas por João Knox. Podemos afirmar que o pai do protestantismo reformado é Zwinglio mas o sistematizador é Calvino que moldou o pensamento reformado, por isto nosso sistema teológico é denominado calvinista. E defende cinco pontos cruciais a salvação: Depravação total – Expiação limitada – Eleição incondicional – Graça irresistível – Perseverança dos salvos. Conhecido como tulip  Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento ( Concílio de Trento O Concílio com o objetivo de traçar um plano de reação. Onde ficou definido  Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas  Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição punir e condenar os acusados de heresias Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias  bíblicas e contrárias à Igreja Católica. Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos no encalce de  protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu. de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico. É considerado um dos três concílios fundamentais na Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III

Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada. Graça Irresistível e Perseverança dos Santos